Desde o fim de agosto, Jorginho se vê às voltas com um novo fantasma. Substituto de Emerson Leão no Goiás, o técnico se deparou no clube com o fantasma do rebaixamento. Algo que parece assustá-lo mais do que o fracasso da Seleção na última Copa do Mundo.
Auxiliar de Dunga na África do Sul, Jorginho já parece ter superado o fantasma do torneio. Vez ou outra, no entanto, ele insiste em reaparecer. Em entrevista ao diário “Lance!”, o ex-jogador voltou a ser perguntado sobre o assunto e falou tranquilamente a respeito. Entre outras coisas, revelou que, a despeito da campanha pré-Copa, o santista Neymar jamais fez parte dos planos da equipe para o Mundial.
“A gente não pensou em nenhum momento no Neymar. Achando que era muito imaturo, apesar de sua qualidade, mas Copa do Mundo é Copa do Mundo. O que aconteceu agora não tem nada a ver. A gente pensou muito no Ganso, e em uma palavra final de treinador, decidimos convocar só jogadores que estavam com a gente”, afirmou.
Fã de Paulo Henrique Ganso, Jorginho deu a entender que o meia poderia até ter sido levado para a competição se tivesse surgido antes, e que perdeu a briga por uma chance para o ex-gremista Carlos Eduardo, atual Rubin Kazan.
“Foi uma filosofia de trabalho, a gente decidiu que só levaria para a Seleção os jogadores que tínhamos testado. Eu vi vários jogos do Santos, vi a qualidade, o Ganso realmente era um atleta que inclusive entrou na lista, mas infelizmente não deu tempo necessário. A gente tinha um amistoso só em março, o Carlos Eduardo estava na frente dele, já havia estado com a gente, voltou para a seleção brasileira agora, é um jogador de muita qualidade”, analisou. “Não vou negar: os meninos são muito bons jogadores, desejo todo sucesso para eles. Ganso, a gente vê que está muito na frente do Neymar, até mesmo como jogador, como postura”, completou.
Mesmo com o fim da campanha do Brasil em gramados africanos ainda nas quartas de final, o ex-auxiliar não acredita que o time ficou devendo no campeonato.
“Acho que a única dívida impagável, essa frase eu peguei de um grande pensador, que um homem pode ter é com sua própria consciência. E isso a gente não tem. Eu, Dunga, a gente não tem dívida pra pagar. A gente fez aquilo que estava convicto de fazer. Perdemos? Perdemos. Poderíamos ter ganho. Se a gente ganhasse, todo mundo ia exaltar Julio Baptista, Grafite e companhia”, concluiu.
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