terça-feira, 26 de outubro de 2010

Em SP, Tony Blair aconselha atenção de Brasil a transportes

Tony Blair, ex-primeiro-ministro britânico, realizou nesta terça-feira uma palestra em São Paulo, durante seminário internacional que discutiu desafios e oportunidades do Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. E segundo Blair, o Brasil pode aproveitar conselhos valiosos oriundos de Londres, que receberá os Jogos Olímpicos de 2012 - particularmente na área de transportes.
"Transporte publico é absolutamente vital. Não quero dizer isso por causa da experiência que tive com o trânsito nesta manhã", comentou o britânico, brincando sobre a fila de carros que se formou próximo ao local do evento. Segundo ele, infra-estrutura é um ponto delicado em eventos deste porte, mas, com base no próprio exemplo de 2012, "os Jogos Olímpicos nos forneceram oportunidades de renovar áreas de transporte publico em Londres".
Falando a cerca de 650 empresários, Tony Blair distribuiu conselhos sobre como o Brasil pode receber a Copa e a Olimpíada. Em sua palestra, o político colocou também a estrutura aeroportuária como um ponto essencial para que os brasileiros recebam grandes eventos. Mas mesmo citando os problemas de transportes, disse que hospedar os Jogos de 2016 "mostra a força vital e a confiança dentro e fora do Brasil no povo brasileiro".
Ao longo de suas declarações, Tony Blair citou cinco lições traçadas pela Inglaterra que podem servir ao Brasil. A primeira, segundo ele, é a governança e a organização com metas claras, "para conseguir chegar ao momento certo com tudo".
Além disso, atrair investimentos em escala global seria um segundo ponto. "É importante esta parceria do setor público com o privado", justificou. Como terceira lição, afirmou que "temos que ter o conceito de construir a longo prazo, e não só para as semanas das partidas (da Copa do Mundo)".
O quarto ponto comentado por Blair - citando novamente os transportes - é o que chamou de "regeneração". "É preciso melhorar o sistema de transportes, assim como criar conceito de como esporte pode fazer e o que pode fazer pelas pessoas e pela sociedade. (Também é preciso) usar eventos como forma de unificar a sociedade", disse.
Por fim, o ex-premiê britânico disse que, em um contexto mundial, o Brasil precisa "ganhar espírito de como o país é e o que ele deve ser". "O que está acontecendo com o Brasil é um símbolo da mudança da estrutura de poder do mundo. O Brasil é um país faminto por fazer mais", explicou.
Apesar de insistir no argumento da estrutura para os eventos, Tony Blair reconheceu que, mesmo em Londres, o orçamento inicial para tais disputas "nunca" vai ser igual ao relatado no fim. Ainda assim, apostando no esporte como "momento e oportunidade de integração das classes sociais", defendeu o esforço dos países para ganhar o direito de sediar uma Copa do Mundo, por exemplo.
"Existe um motivo para todos lutarem para sediar eventos como estes - porque no fim, os benefícios serão enormes", disse Tony Blair, novamente em tom de conselho. "Não entrem nos Jogos se não estiverem preparados. Mas saibam que vai valer a pena no final", emendou.
A agenda do ex-primeiro-ministro entre os paulistanos ainda prevê encontro reservado com Geraldo Alckmin, governador eleito de São Paulo, e um almoço com a senadora Marina Silva (PV-AC), candidata à presidência no primeiro turno. O evento desta terça-feira ainda contou com a presença de ex-atletas como Raí, Hortência e Paula, além de políticos como Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, prefeito do Rio, e Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo.
Alberto Goldman, atual governador de São Paulo, também estava presente, e afirmou que até o final de novembro, a capital paulista divulgará oficialmente o estádio que receberá seus jogos na Copa do Mundo. "As coisas caminham bem em relação ao projeto do estádio do Corinthians", disse, sem confirmar oficialmente a nova arena como palco da abertura do Mundial de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário