quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Inter terá dificuldades para segurar campeões até o Mundial, em dezembro.

Passada a conquista da sua segunda Copa Libertadores, o Internacional começa a enfrentar novos desafios. O primeiro deles é grande: manter os campeões da América no estádio Beira-Rio pelo menos até dezembro, quando o clube disputa nos Emirados Árabes o Mundial de Clubes da FIFA. Além de Sandro, vendido ao Tottenham, o lateral-esquerdo Kleber, o meia D’Alessandro e o atacante Taison são outros que podem sair da equipe.

O que outra hora facilitou agora vai atrapalhar. A presença de parceiros em contratações de peso pode fazer as transferências se tornarem irremediáveis. O grupo DSI, do empresário gaúcho – e colorado, Delcir Sonda, detém percentagem em D’Alessandro e "empresta" Kleber ao Inter desde o começo de 2009. A intenção, agora, é recuperar o capital aplicado.

"Quanto ao futuro do Inter, obviamente temos situações para encaminhar", revelou o técnico Celso Roth. "Falamos com a direção, mas isso é economia interna. No momento oportuno vocês saberão", despistou. O treinador já sabe que não terá como contar com o lateral-esquerdo Kleber. Titular absoluto da equipe, o jogador está de saída para o mercado árabe.

O caso de D’Alessandro será analisado com mais parcimônia por dirigentes e pelo investidor nas próximas semanas. Para o argentino, a chance de ser campeão mundial pesa, ainda mais por sua experiência extra-campo de ótimo nível em Porto Alegre. "O meu pensamento é de ficar e jogar o Mundial, que não joguei ainda. Estou com muita vontade de jogar", comentou o meia, após a vitória de 3 a 2 diante do Chivas.

Já com Taison as coisas parecem mais rasas. O atacante nunca escondeu o desejo de atuar na Europa, chegou a pedir para ser liberado quando o Inter ainda era comandado por Jorge Fossati, mas se recuperou com a chegada de Celso Roth. Às vésperas do primeiro jogo com o São Paulo, a informação de um contato do Wolfsburg vazou, mas a diretoria vermelha jamais confirmou que os alemães estariam dispostos a pagar 8 milhões de euros pelo jogador.

"Haverão mudanças, mas creio que serão pequenas. Nada muito volumoso", opinou, muito superficialmente, o vice de futebol Fernando Carvalho. "Estamos atentos, mas a antecipação da janela de transferências também terá o seu lado ruim, onde o prazo para chegada do exterior está perto de acabar", completou o cartola, mentor da mudança no calendário que foi acatada pela CBF e permitiu as inscrições de Renan, Tinga e Rafael Sóbis – que foram titulares do time na conquista da Libertadores 2010.

A única certeza é da partida de Sandro. O volante, negociado em março com o Tottenham, embarca ainda esta semana para Inglaterra. A transação rendeu aos cofres do Inter sete milhões de euros e uma parceria com o clube europeu em nível das categorias de base. Logo depois da retomada do Campeonato Brasileiro, o departamento de futebol do Inter havia definido uma redução no grupo de atletas. No entanto o que aconteceu foi exatamente o contrário, com as chegadas do lateral-esquerdo Leonardo, assim como o zagueiro Dalton e o meia Oscar.

A reposição para eventuais saídas deve partir de dentro do próprio elenco atual. A vaga de Sandro no meio-campo titular tem, atualmente, dois concorrentes: Wilson Matias e Glaydson. Se D'Ale partir, Giuliano assume o posto. Com Taison longe, Rafael Sóbis formaria ataque com Alecsandro desde já. A única carência temporária é a lateral, onde Leonardo ainda precisa de ritmo. Em 2006, depois de bater o São Paulo na decisão, o Internacional perdeu Bolívar, Jorge Wagner, Tinga e Rafael Sóbis. Quatro titulares, mesmo número dos que poderão sair agora, após o bicampeonato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário